Anúncio pode significar o início da descoberta de outros mundos capazes de suportar vida
Foto: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech
O momento é considerado histórico e pode significar o início da descoberta de outros mundos capazes de suportar vida semelhante à nossa. Nesta quinta (17), astrônomos norte-americanos anunciaram a descoberta do primeiro planeta fora do Sistema Solar com um tamanho comparável ao da Terra e no qual a água poderá existir em estado líquido. A informação foi publicada pela revista norte-americana “Science”.
O planeta, batizado Kepler-186f, orbita a estrela anã Kepler-186 e se localiza na zona temperada, onde a água pode ser líquida. Essa zona é considerada habitável. Ele encontra-se num sistema estelar situado a 490 anos-luz do Sol, com cinco planetas de tamanho próximo ao da Terra. Contudo, só o Kepler-186f está na “zona habitável”, já que os outros estão muito perto da estrela.
Os cientistas estimam que uma volta completa em torno da estrela demora cerca de 129,9 dias terrestres. Isso significa que o ano lá tem cerca de um terço do nosso. Os pesquisadores também garantem que Kepler-186f não corre risco de sofrer uma chamada “trava gravitacional”, que é quando o planeta fica sempre com a mesma face virada para a estrela, caso que acontece com a Lua em relação ao nosso planeta.
Entre os cerca de 1,7 mil exoplanetas já detectados, em 20 anos, duas dezenas estão ao redor da sua estrela na “zona habitável”. Todavia, muitos desses planetas são maiores do que a Terra, o que torna difícil verificar se são gasosos ou rochosos. Localizado na Constelação do Cisne, o Kepler-186f está na categoria de planetas rochosos como a Terra, Marte ou Vênus.
Comparação da Terra (à esquerda) com o Kleper-186f
O telescópio
O Kepler foi lançado em 2009 para detectar mais de 150 mil estrelas semelhantes ao Sol, localizadas nas constelações do Cisne e da Lira, e encontrar planetas-irmãos da Terra. O telescópio permite identificar planetas em sistemas distantes medindo a quantidade de luz que eles bloqueiam quando passam na frente das estrelas que orbitam, ou seja, o equipamento não “enxerga” o planeta diretamente.
Vale lembrar que, em fevereiro, a Nasa anunciou que o telescópio Kepler tinha detectado 715 novos exoplanetas, quatro deles potencialmente habitáveis, mas 2,5 vezes o tamanho da Terra. A maioria desses novos planetas extrassolares foi identificada nos últimos cinco anos.
Por Henrique Brinco e agências
henrique@varelanoticias.com.br
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