Todos os dias nos deparamos com as estatísticas da dengue apontando
aumento expressivo do número de casos, na grande maioria dos municípios
brasileiros.
Resultado: quem tem febre fica naturalmente preocupado com os próximos
passos. Quem procurar? Como ter certeza do diagnóstico? Quais
medicamentos estão indicados? E quais, principalmente, são os
contraindicados?
Vamos entender questões importantes para tomar as condutas e atitudes corretas.
1. Estou com febre. O que fazer?
MUITA ATENÇÃO: algumas medicações estão formalmente contraindicadas na
suspeita de dengue. É o caso do ácido acetilsalicílico. Por isso, muito
cuidado com todos os medicamentos, mas essencialmente com os
antigripais. Vários deles contém ácido acetilsalicílico em suas
fórmulas. Todos os medicamentos que o contém não devem, portanto, ser
utilizados. Recomenda-se baixar a febre com o paracetamol ou dipirona.
Outro grupo de medicamentos contraindicados na suspeita de dengue são os
antiinflamatórios não hormonais como, por exemplo, ibuprofeno,
nimesulida ou diclofenaco. Por isso, fique atento à bula e evite
consumir quaisquer medicamentos sem orientação médica.
2. Quando procurar o Serviço de Saúde?
Várias doenças infecciosas começam com febre. Dengue inclusive. Por
isso, entenda quais os sintomas mais característicos da dengue para
saber quando procurar o serviço de saúde. Se juntamente com a febre você
apresentar dores pelo corpo, principalmente dor atrás do olho, dor de
cabeça, cansaço, enjoo, vômitos ou mal-estar, há uma chance de ser
dengue e, por isso, procure um serviço de saúde, ainda mais se você
estiver em uma região onde sabidamente há casos de dengue. Lembre-se de
que estes sintomas iniciais podem se confundir com os de uma gripe. Mas
só o médico é que pode definir a diferença.
3. Quando ir diretamente ao pronto-socorro?
PRESTE ATENÇÃO AOS SINAIS DE ALERTA: se, além dos sintomas acima
descritos, você apresentar um dos seguintes sinais de alarme: episódios
de sangramento, especialmente em gengivas ou nariz, manchas vermelhas ou
bolinhas roxas pelo corpo, vômitos persistentes, dores abdominais,
dores articulares, sonolência ou irritabilidade, pouco xixi, episódios
de queda de pressão ou temperatura baixa, vá IMEDIATAMENTE ao
pronto-socorro para ser avaliado. Estes sinais podem indicar formas
potencialmente mais graves de dengue. Lembre-se: quanto antes o
diagnóstico for definido e o tratamento iniciado, melhor.
4. Quais são os grupos de risco?
Crianças e adolescentes com menos de 15 anos, adultos com mais de 60
anos, gestantes e portadores de doenças crônicas. Estes são os grupos
mais vulneráveis a dengue. Por isso, é fortemente mandatório que todas
estas pessoas, na suspeita de dengue, façam um hemograma completo com
plaquetas, mesmo que não tenham nenhum sinal de sangramento. Saliente-se
que este exame também deve ser realizado por todas as pessoas,
independentemente de estarem no grupo de risco, que também suspeitem de
dengue como um diagnóstico provável.
5. Como confirmar o diagnóstico de dengue?
Além do quadro clínico que é sugestivo de dengue, há 2 testes
laboratoriais que podem ser feitos para definir o diagnóstico: um teste
que conhecemos como “prova rápida” e pode ser feito nos primeiros
sintomas da doença. Este teste detecta uma proteína específica do vírus
em nosso sangue. No entanto, o diagnóstico preciso é feito com a
sorologia, que detecta a presença de anticorpos específicos contra o
vírus da dengue no organismo. Esta, porém, torna-se positiva apenas
depois dos 5 primeiros dias de doença.
6. Quais as medidas gerais para pessoas com suspeita de dengue?
Dengue não tem um tratamento específico e nem vacina. Por isso, fique
atento às orientações relativas aos sinais de alerta e grupos de risco.
Além disso, é importante ingerir bastantes líquidos, mais que o
habitual, como chás, sucos de frutas, leite, água de coco ou água. Não
se esqueça também de tomar, de gole em gole, mas com muita frequência,
soro de reidratação oral. Hidrate-se bem.
Faça repouso. Descanse o corpo e a cabeça. Para aliviar os sintomas ou a febre, utilize apenas paracetamol ou dipirona.
Vale sempre lembrar que o mosquito contaminado pode estar nas redondezas
de nossas casas, escolas ou trabalho. Evite a proliferação destes
pernilongos. Faça sua parte. O controle da dengue depende também de
nossa ação em conjunto.
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